A necessidade de ser produtivo para se sentir validado.

 


Você já se sentiu culpada depois de passar o dia deitada na cama, mexendo no celular, pensando: "Eu não sirvo pra nada, não fiz nada de bom hoje", ou algo do tipo? Pois saiba que você não está sozinha.

Às vezes, essa pressão que colocamos sobre nós mesmas é necessária para manter o foco e realizar as tarefas que precisamos concluir. No entanto, até que ponto essa obsessão por estar sempre fazendo algo para se sentir produtiva é saudável?

Já perdi a conta de quantas vezes ouvi sermões de familiares depois de passar algumas horas "sem fazer nada", muitas vezes me sentindo inválida após isso. Isso acontece porque, no mundo atual, nosso valor é muitas vezes associado ao que produzimos, o que gera a sensação de que precisamos estar em constante atividade para sermos respeitadas pelas pessoas.

Em várias culturas, especialmente na sociedade moderna e no contexto capitalista, a ideia de que "quanto mais você faz, mais você vale" se tornou dominante. Como resultado, as pessoas buscam formas de obter essa validação, seja através de conquistas acadêmicas, no trabalho ou até mesmo nas redes sociais.

Essa cobrança excessiva pode causar danos físicos e, principalmente, mentais, gerando ansiedade, exaustão e uma sensação constante de insatisfação. Esses fatores impedem a pessoa de descansar sem culpa por não estar fazendo algo considerado "útil". Isso transforma metas e objetivos em um fardo, uma busca por validação, ao invés de uma forma de alcançar satisfação pessoal.

Por isso, é essencial perceber que o valor de uma pessoa não está apenas no que ela faz, mas também no que ela é. Conhecer seus limites é um passo importante para um caminho mais saudável e sustentável de bem-estar, no qual entendemos que a produtividade constante não define nossa identidade, e que o descanso e a diversão também são partes essenciais para atingir nossas metas.

Gostaria de encerrar este artigo com uma citação da música Tempos Modernos, de Lulu Santos, que me veio à mente enquanto escrevia: "Hoje o tempo voa, amor; escorre pelas mãos, mesmo sem se sentir; e não há tempo que volte, amor; vamos viver tudo o que há pra viver; vamos nos permitir".

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